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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sobre julgamentos (e caraminholas da minha cabeça)


É muito difícil julgar uma atitude polemica baseado em seus próprios argumentos. Seres humanos são profundamente afetados por sua mentalidade e sensibilidade, mas a maneira como reagimos a diversas situações é algo não previsível diante das inúmeras experiências a que somos submetidos. Enquanto alguns agiriam de forma repreensível por outros, é uma questão de tempo para essa atitude ser repensada e considerada sobre os diversos ângulos que acabam por ser apenas dois: razão e emoção. O que há tempos atrás era considerado errado do ponto de vista social, hoje recebeu uma outra recepção.  


Uma relação homossexual entre professor e aluno, como a apresentada pelo seriado True Love, estreado pela BBC. Na trama, vemos a professora Holly, solteira – mas que mantem um romance (podemos chamar de romance? Não há amor ali..) com um homem casado – que tenta lidar com uma sala indisciplinada e sem respeito algum a sua autoridade; e uma de suas alunas,  Karen, que não aprova a conduta dos demais e acaba se aproximando de Holly. 


Três quebras na cartilha social: homossexualidade, relação amorosa entre professor e aluno e o a diferença de idade entre as partes. Ainda mais chocantes quando reunidas num pacote. A reação é quase unânime: os alunos caçoam e expõem as duas ao ridículo, a mãe de Holly reprova o relacionamento, tentando chama-la “à razão”. 


Nessa cena da mãe, em especial, me peguei pensando em como Holly estava emocionalmente instável e infeliz com sua vida e sem perspectivas boas pela frente. Diante disso, apoiei a atitude da sua mãe, que reagiu como a maioria das mães reagiria ao saber que sua filha (adultíssima) está namorando uma de suas alunas de 16 anos. Fiquei pensando que se ela não estivesse tão a flor da pele com seus problemas, talvez não embarcaria numa relação como essa. 


Acho que é o que a maioria de nós pensamos, quando nos deparamos com algo fora da conduta moral esperada: depois do choque...a explicação: tudo culpa da fragilidade emocional. Porém, isso é o que alguém de fora pensaria. Uma analise racional dos fatos... do fato que agrediu o que temos como certo e que logo é errado. E é mesmo muito difícil entender as decisões e ações quando não temos que toma-las. 


Mas elas, Karen e Holly, deveriam achar errado essa relação, quando ambas compartilhavam do mesmo sentimento? A partir do momento em que você está vivendo algo, então as duas consciências disputam.. Enquanto quem observa só tem posse apenas de uma, pois mesmo que tente, não há como sentir-se igual. 


Talvez a relação entre Holly e Karen fosse verdadeira, mas talvez não. Não há como saber. Talvez nem elas saibam e só terão  chance de saber depois que o tempo passar, quando conseguimos uma visão amadurecida do acontecimento, mas perdemos o poder de agir em relação aquilo. Julgamentos são inerentes ao ser humano, e curiosamente, costumam ser inflexíveis e taxativos, mas são fadados a uma revisão constante – nem sempre rápida -  e moldados pela mudança de consciência e pensamento a que todos estamos submetidos a todo tempo, social e individualmente.  

2 comentários:

  1. Hey, best!
    Achei interessante esse post, q me fez ter uma conclusão muito irônica...
    Quando chega a hora da decisão, ficamos com dúvida, nos perdemos e pensamos e repensamos mil vezes... mas precisamos tomar a decisão de qualquer forma.
    Talvez pensemos mais tarde que as coisas poderiam ter sido melhores se tivéssemos agidos de outra forma. Como vc disse, estaremos com uma visão mais amadurecida de todo o fato.
    Então... de qualquer forma, não adianta muito pensar demais, pq só saberemos se vai ser bom ou ruim depois. A única coisa q podemos fazer é, simplesmente, escolher. Escolher seguir o coração, ou a razão, ou a intuição... Ou até mesmo a opinião alheia por não conseguir fazer sua própria escolha...
    Digo que é irônico pois na hora mesmo em q temos q decidir, não sabemos o que fazer, nem se acabará tudo bem... Somente depois de tudo passar.
    Mas tudo bem. Como sempre dissemos: tudo acaba bem, se não está bem é pq ainda não é o fim. E o que tiver q ser, será.
    Espero ver mais posts, hein! Vê se aparece logo!!
    Saudades de você, bjs ;*

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    1. Pois é... é frustrante e ao mesmo tempo faz sentido, porque se a gente soubesse, ninguém nunca erraria nas decisões. Fácil demais.. E eu sabia que você ia gostar desse, futura psicóloga! ahhaha

      ps: de algum jeito só vi seu comentário agora, e ainda porque fui ver na inocência.. achei que não teria nada, obrigada best

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